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Ref.: "Estagiariocracia"
Tenho me impressionado com certas coisas que venho lendo há algum tempo, sobre algo que passaram a chamar de "estagiariocracia".
Li que estagiários são leigos, despreparados, sem formação técnica, inexperientes, que custam ao Estado em média em torno de um a dois salários mínimos mensais aos cofres do Estado. No fundo entendo e compartilho, de certa forma, dessa visão. Entretanto, me revolto ao ler tais adjetivos direcionados a nós, estagiários.
Insatisfeito com as funções de atender balcão e fazer cargas de processo, solicitei a troca de local setor, e acabei chegando à 1ª Câmara Especial Cível. Permaneci um ano e meio estagiando nesta câmara; a experiência me fez aprender mais do que todas as cadeiras de Processo Civil da faculdade juntas.
Perdão se meu texto soa como ofensa a quem serve o chapéu, mas sei o peso de estudar desde o segundo semestre da faculdade, para depois de oito anos fazer um concurso para a magistratura. Posso não ter anos de carreira, mas sei que domino, muito mais, certos assuntos e questões, do que muitos advogados e juízes, que fingem conhecer algo que deixaram de estudar quando foram empossados e passaram, desde então, a ser nada mais do que coordenadores de equipe bem remunerados.
De qualquer sorte, hoje estagio em um escritório que me dá o suporte para aprender e de fato, estagiar.
Caros senhorios, se querem se livrar da "estagiariocracia", façam o seu papel: honrem seus salários e vencimentos; simplesmente, trabalhem exercendo as suas funções e não as nossas.
Nós somos acadêmicos, estudamos horas e horas para chegarmos onde vocês estão agora.
Portanto saiam de seus gabinetes e conheçam a justiça (fisicamente) como ela realmente é; e depois, se conseguirem caminhar sozinhos, respondam quem são os leigos.
Atenciosamente,
brunoavilajus@yahoo.com
Professor, agradeço por teres publica este meu texto tão polêmico.
ResponderExcluirAbraço!
Bruno Ávila Valério